domingo, 21 de fevereiro de 2010

O LUTO

José Maria Apollo dos Santos
* 24/07/1934
+26/01/2010

No dia 26 que se aproxima completará 30 dias que meu pai foi ao encontro do Senhor, mas para mim parece que faz anos. Impressionante como uma pessoa faz falta na sua vida, e não uma pessoa qualquer, seu pai. Apesar da ordem natural da vida ser essa mesma, os filhos "enterrarem" seus pais, por mais que você escute isso a sua vida toda, por mais que você se prepare para isso, você descobre a cada dia que não estava preparada e quer que tudo isso seja um pesadelo, quando você acordar tudo vai ter voltado ao normal e você vai ter seu pai, mesmo que discutindo, mesmo que pegando no seu pé por um motivo qualquer, ele vai estar lá. A morte do meu pai pra mim tem gosto de derrota, perdemos uma batalha contra um monstro que quando se mostrou já tinha tomado conta de todo o "território", o câncer quando no seu estágio avançado é um inimigo implacável. Ele se instalou de forma silenciosa e quando ele se mostrou nada mais poderia ser feito. Quando meu pai faleceu em um momento senti raiva dele, como ele pode ter se matado durante tantos anos, nossa família já tem essa doença no histórico, então se você sabe que tem uma certa "disposição" genética para a doença, porque ajudá-la e/ou alimentá-la fumando o cigarro! A resposta é simples, você acha que nunca acontecerá contigo! E assim você vive a vida, achando que nada pode te acontecer, sempre acontece no vizinho ou aparece na TV, mas você...não com você nunca irá acontecer. Ninguém informou meu pai, ou se o informaram ele fez pouco caso. Meu pai não conseguia ficar um dia sem fumar, mas quando a doença o fez ficar em uma cadeira de rodas a vontade de fumar cigarro passou, ele disse que não queria mais fumar. Me parece até que o cigarro tem vida, e ele fica contigo até o máximo que ele pode sugar de você, depois que nada resta ele te abandona, ele não te quer mais....não é você que rejeita o cigarro é ele que te despreza. Peguei certo trauma por cigarro, quando vejo alguém fumando lembro do meu pai, na Semi-Intensiva me dizendo que não aguentava mais e falando o que fiz?! Quem fuma e lê isso não irá se impressionar, igual quando eu ia buscar o cigarro para o meu pai na padaria e via aquele homem na embalagem, com a mesma doença que levou meu pai e sentia pena, mas logo passava, só quem passou por essa situação é que realmente sente o pesar. Você que fuma ou tem qualquer outro tipo de vício, pense bem no que está fazendo, olhe em sua volta, veja se alguém precisa de ti....olhe para o seu filho (se você o tiver)ou até mesmo para os seus pais e se não quiser parar por você, pare por eles.
Terminando esse desabafo e deixando um Eu Te Amo Muito pai e um dia a gente se encontra!

Boa semana a todos...obrigada por comentarem!!!!




Ps.: Saudades Nane e Rafaaa!!! s2

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